A National Collegiate Athletic Association (NCAA) dos EUA deu recentemente o passo histórico de remover a cannabis de sua lista de substâncias proibidas. Essa reforma marca uma mudança significativa na forma como a organização lida com o uso de cannabis entre seus atletas, favorecendo agora uma abordagem centrada na saúde e no bem-estar, e não na punição.
Mudança de paradigma: a cannabis não é um agente dopante
Após quase cinco meses de discussão, o Conselho da Divisão I da NCAA adotou uma nova política sobre a cannabis. Esse é mais um passo à frente para a cannabis nos Estados Unidos, que acaba de ser desclassificada pelo governo Biden.
O principal argumento apresentado é que a maconha não é um produto dopante e deve ser tratada da mesma forma que o álcool. A mudança está de acordo com as regras da Agência Mundial Antidoping (WADA), que também faz distinção entre substâncias que melhoram o desempenho e substâncias que não melhoram o desempenho.
A nova política será aplicada retroativamente, cancelando todas as penalidades pendentes por violações envolvendo a cannabis. Isso significa que muitos atletas poderão recuperar seu status e participar de campeonatos sem o ônus de sanções anteriores.
Motivações por trás dessa reforma
Josh Whitman, Presidente do Conselho, enfatizou que o programa de testes de controle de doping da NCAA foi projetado principalmente para garantir a integridade das competições. Em sua opinião, os produtos à base de cannabis não oferecem nenhuma vantagem competitiva. Portanto, a ênfase está em políticas que promovam a saúde e o bem-estar dos estudantes-atletas, em vez de mecanismos punitivos.
Em uma mensagem publicada nas redes sociais, a NCAA indicou que seus membros, a partir de agora, se concentrarão em estratégias para reduzir os riscos associados ao uso problemático de cannabis. Essa abordagem reflete uma maior disposição para apoiar os atletas a fazerem escolhas saudáveis de estilo de vida.
Contexto e implicações para o esporte americano
- Em 2020, a NFL e seu sindicato concordaram em rever as políticas de testes de várias substâncias, incluindo a maconha.
- O UFC também adaptou seus regulamentos de acordo com as diretrizes da WADA, principalmente durante os eventos na Califórnia.
Esses desenvolvimentos indicam uma tendência geral de maior tolerância à cannabis no mundo do esporte, influenciada por várias legalizações estaduais nos Estados Unidos.
A adoção dessa reforma pela NCAA segue as recomendações preliminares feitas em junho passado pelo Comitê de Salvaguardas Competitivas e Aspectos Médicos do Esporte. Muitas autoridades e representantes eleitos, como o copresidente do Congressional Cannabis Caucus, Earl Blumenauer, saudaram essa decisão como um sinal de que as atitudes americanas estão mudando em relação à “guerra às drogas” que vem sendo travada há 50 anos.
Uma transformação significativa, mas há muito esperada
A remoção da maconha da lista de substâncias proibidas da NCAA simboliza uma mudança de abordagem necessária e há muito esperada. Ao focar suas políticas na saúde dos atletas e adotar estratégias de redução de danos, a NCAA está demonstrando que tem um melhor entendimento das questões contemporâneas que envolvem o uso da cannabis. Essa medida reflete uma mudança global em muitas organizações esportivas, reforçando a ideia de que a prioridade deve ser dada ao bem-estar dos atletas em vez da repressão.
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