Em 2019, uma investigação conjunta entre cientistas brasileiros e dinamarqueses demonstrou que o extrato da planta canábis pode ser utilizado para tratar os sintomas de depressão. Em certos casos, este tratamento pode até ser mais eficaz que os antidepressivos tradicionais. Neste artigo, explicamos as conclusões às quais o estudo chegou.
Como pode o CBD diminuir os sintomas de depressão?
O estudo publicado (https://link.springer.com/article/10.1007/s12035-018-1143-4) na revista Molecular Neurobiology foi conduzido em modelos animais que avaliaram os efeitos do óleo CBD em ratos de diferentes espécies. O objetivo dos investigadores era perceber se o CBD consegue induzir efeitos antidepressivos de forma rápida e consistente após uma única utilização. Os resultados demonstram que sim.
Efeitos nos circuitos neurológicos
Os investigadores conseguiram demonstrar que o CBD causa alterações neuroplásticas em duas partes do cérebro: no córtex pré-frontal e no hipocampo. Estes dois componentes cerebrais têm um papel no desenvolvimento de depressão.
Os ratos utilizados neste estudo foram submetidos a diferentes situações que causam sintomas de depressão, incluindo modelos de stress causados por natação forçada. Alguns dos ratos utilizados também sofriam de susceptibilidade genética para a doença.
Os resultados do estudo permitiram concluir que o CBD induz efeitos rápidos, sustentáveis, e que decorrem durante sete dias após uma única administração do composto canabinóide. Esta conclusão foi observada devido ao aumento do número de proteínas sinápticas no córtex pré-frontal, que está relacionado com a depressão em humanos.
Atua como os antidepressivos
Durante o estudo dos efeitos de CBD em ratos, foi também possível observar que este composto da planta cannabis produz efeitos muito semelhantes aos produzidos por medicamentos antidepressivos.
Os ratos sujeitos a nado forçado tendem a ficar imóveis e a boiar passado algum tempo. Os antidepressivos geralmente utilizados para a depressão levam a que os ratos submetidos a testes de nado forçado fiquem menos tempo imóveis, ou seja, a boiar, e passem mais tempo a nadar.
Os investigadores observaram que os ratos que ingeriram CBD também permanecem menos tempo a boiar, demonstrando as semelhanças entre os efeitos dos antidepressivos e do canabidiol.
Estudos de Caso
O estudo sobre os efeitos antidepressivos do CBD foi conduzido em 367 ratos de duas espécies diferentes e com predisposições genéticas variadas. Alguns destes animais foram selecionados devido a desenvolverem sintomas de depressão.
Os animais foram submetidos a um teste de stress em que foram forçados a nadar em cilindros mais profundos do que o comprimento do animal, para que não pudessem utilizar a cauda para se apoiarem.
Parte dos animais recebeu uma injeção de óleo de cannabis, sendo que as dosagens variaram entre 7mg/kg, 10mg/kg, e 30mg/kg. Os restantes animais receberam placebo.
Os testes de nado forçado tiveram início 30 minutos após a administração do óleo, tendo sido observados os resultados mencionados acima.
Anotação Médica
Toda a informação disponível neste site é meramente informativa. Caso tenha problemas de saúde, como a depressão, é recomendado que fale com o seu médico. É muito importante pedir a opinião de um profissional de saúde antes de ingerir CBD uma vez que este composto pode interagir de forma negativa com outros medicamentos ou não ser recomendado devido a problemas de saúde.
3 Aspectos comparativos para escolher CBD a antidepressivos
Apesar de ainda haver um longo caminho a percorrer até se verificar se o melhor óleo CBD é uma boa alternativa para os antidepressivos, os estudos efetuados em animais demonstram que esta é uma possibilidade:
- A toma CBD demonstra causar efeitos semelhantes aos dos antidepressivos de forma muito mais rápida e sustentada, uma vez que os antidepressivos geralmente demoram duas semanas a fazer efeito e os efeitos do CBD são imediatos;
- As reações físicas verificadas nos modelos animais são muito semelhantes às que se verificam com a toma de antidepressivos;
- O CBD demonstra causar efeitos no córtex pré-frontal e no hipocampo, dois componentes cerebrais relacionados com a depressão.
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